Blatter pede que Havelange deixe a presidência de honra da Fifa
Em entrevista a um jornal suíço, Joseph Blatter, presidente da Fifa, nada sabia a respeito das comissões pagas a seu antecesor, João Have...
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Em entrevista a um jornal suíço, Joseph Blatter, presidente da Fifa, nada sabia a respeito das comissões pagas a seu antecesor, João Havelange, pela extinta parceira ISL até a falência da empresa em 2001. O dirigente também pediu que o brasileiro seja afastado da Fifa.
"Não pode seguir como presidente de honra após esses fatos", afirmou Blatter.
Um promotor suíço afirmou em um documento legal divulgado nesta semana que Havelange e Ricardo Teixeira, ex-membro do comitê executivo da Fifa e ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), aceitaram comissões multimilionárias da ISL em acordos da Copa do Mundo nos anos 1990.
Blatter, que está na Fifa desde 1975 e sucedeu Havelange como presidente em 1998, disse na quinta-feira saber que os pagamentos estavam sendo feitos, referindo-se a eles como "comissão" e dizendo não serem ilegais à época.
"Foi a FIFA quem apresentou uma queixa na ocasião e colocou o caso da ISL em andamento", disse Blatter, referindo-se a 29 de maio de 2001, quando, após a ISL falir, a Fifa fez uma queixa por "suspeita de fraude, desvio e apropriação indevida de fundos".
"Quando digo agora que é difícil mensurar o passado pelos padrões de hoje, é uma afirmação genérica. Para mim suborno é inaceitável, e nem o tolero nem tento justificá-lo. Mas é disso que sou acusado agora. Esta semana a Corte Suprema da Suíça mostrou que estavam erradas todas essas pessoas, que durante anos me acusaram de receber propina. Agora está registrado o que eu sempre disse: nunca recebi nem ofereci propina", completou Blatter.
No papo, colocado pelo jornal suíço como a “entrevista mais transparente de Blatter nos últimos tempos, o dirigente disse que está sendo atacado por rivais políticos.
"Agora as mesmas pessoas estão tentando me atacar por outro ângulo: 'Certo, ele não aceitou suborno, mas deve ter sabido'. Mais uma vez, eu só soube após a falência da ISL anos depois. E isso porque instigamos o assunto. As pessoas que me atacam agora sabem que é esse o caso, mas persistem, me querem fora do cargo", salientou.